Diante de um cenário tão complexo é importante reconhecer, pontuar e problematizar a falta. Mesmo com os encontros virtuais e contato virtual diário com tantos outros, a falta permanece.
Falta do cheiro, do abraço, do olhar, do calor, do encontro. Encontro despretensioso que acontece no cotidiano: no sorriso, no gesto de gentileza, no olhar desconhecido, que por vezes toca na humanidade tão conhecida e pulsante que existe no íntimo do que si é. Falta do encontro humano.
Como você vem acolhendo a ausência e dando lugar para falar daquilo que te falta? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
“Saudade é um pouco como fome.
Só passa se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
que a presença é pouco...”
(Clarice Lispector)
Te desejo paciência para respeitar o seu tempo interno, acolher e cuidar da sua dor. Também desejo que você encontre resiliência para seguir na travessia. A vida não voltará ao “normal”, ela não parou, está acontecendo. Respira fundo e continue caminhando, um dia de cada vez. E claro, não hesite em procurar ajuda e escuta qualificada.
Carolina de Souza Santos
CRP 08/19813
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